
O transtorno de ajustamento é caracterizado por uma resposta emocional ou comportamental a um estressor identificável, que é desproporcional em relação à expectativa ou norma cultural. O quadro pode incluir sintomatologia depressiva, ansiedade ou distúrbios de conduta, e são classificados em subtipos de acordo com o predomínio desses sintomas. A prevalência do transtorno de ajustamento varia entre 2,94% na atenção primária e até 35% em contextos de psiquiatria de consulta-ligação (interconsulta psiquiátrica). Em populações militares e policiais, a prevalência é ainda mais alta, especialmente entre os profissionais em atividade
O tratamento do transtorno de ajustamento geralmente envolve intervenções breves, como a psicoterapia breve. O uso de farmacoterapia é limitado e focado no manejo sintomático.
Em termos de comorbidades, o transtorno de ajustamento tem correlações genéticas positivas com transtornos como a depressão maior e os transtornos de ansiedade.O transtorno de ajustamento pode evoluir para outros transtornos psiquiátricos ao longo do tempo e por isso é fundamental a identificação e o acompanhamento regular.
Comparado a outros transtornos mentais, como depressão maior, transtorno bipolar, distimia, ciclotimia e transtorno de ansiedade generalizada, o transtorno de ajustamento é geralmente considerado menos severo, mas pode servir como um precursor para condições mais graves. A distinção entre transtorno de ajustamento e depressão maior, por exemplo, é complexa, pois ambos compartilham sintomas semelhantes, mas diferem na relação com o estressor e na trajetória longitudinal dos sintomas.
O atendimento por um profissional especializado é fundamental para identificação e intervenção precoce.