
O Transtorno do Desenvolvimento Intelectual (TDI) (ou Deficiência Intelectual – DI) é uma condição que compromete tanto o funcionamento intelectual quanto o desempenho adaptativo do indivíduo. Isso significa que há limitações em habilidades cognitivas, como raciocínio, resolução de problemas, pensamento abstrato, aprendizado escolar e pela experiência. Além disso, há dificuldades nas chamadas funções adaptativas — que envolvem a capacidade de lidar com as exigências do cotidiano de forma independente e responsável, considerando o contexto cultural e a idade do indivíduo.
A gravidade do TDI é definida com base na intensidade das dificuldades adaptativas, sendo classificada em quatro níveis: leve, moderado, grave e profundo. Cada nível indica o grau de suporte necessário para que o paciente consiga realizar tarefas do dia a dia com maior autonomia.
Pessoas com TDI podem apresentar dificuldades práticas, como organizar rotinas, lidar com conceitos matemáticos simples, manusear dinheiro corretamente ou manter cuidados pessoais e de higiene. A linguagem costuma ser mais simples do que o esperado para a idade, com tendência a uma comunicação concreta, dificuldades em compreender figuras de linguagem, sarcasmo, ironias ou normas sociais mais sutis.
A avaliação clínica é essencial para o diagnóstico, especialmente com o apoio da avaliação neuropsicológica, que permite mapear o perfil cognitivo do indivíduo e estimar seu Quociente de Inteligência (QI). Além disso, a investigação médica busca identificar possíveis causas genéticas ou adquiridas, bem como a presença de condições neurológicas ou psiquiátricas associadas — como epilepsia, paralisia cerebral e transtornos de comportamento ou emocionais.
O manejo do TDI é predominantemente comportamental e demanda uma abordagem multiprofissional. Intervenções com psicopedagogia, terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia e acompanhamento médico formam a base do cuidado. O uso de medicações psicotrópicas não modifica a condição em si, mas pode ser indicado para lidar com sintomas como agressividade, irritabilidade ou desregulação emocional, quando presentes.
Com um plano de cuidado estruturado e suporte adequado, é possível favorecer o desenvolvimento das habilidades adaptativas e promover uma vida mais funcional e com mais bem-estar.