
A esquizofrenia é um transtorno mental complexo e heterogêneo, caracterizado por uma variedade de sintomas que podem ser divididos em categorias positivas, negativas, cognitivas e de desorganização. Os sintomas positivos incluem alucinações, delírios e discurso desorganizado, enquanto os sintomas negativos podem incluir afeto embotado, dificuldades quanto a ter e comunicar ideias e pensamentos, redução da motivação e da iniciativa, redução da sociabilidade e perda do prazer em atividades que antes gostava. Além disso, a esquizofrenia é frequentemente acompanhada por déficits cognitivos e sociais.
A etiologia da esquizofrenia é multifatorial, envolvendo tanto fatores genéticos quanto ambientais. Muitos estudos indicam que a hereditariedade desempenha um papel significativo, com a contribuição genética sendo amplamente poligênica. Alguns fatores ambientais que aumentam o risco incluem o uso de cannabis, trauma na infância, infecções maternas durante a gravidez e hipóxia perinatal.
Do ponto de vista neurobiológico, a esquizofrenia está associada a alterações estruturais e funcionais no cérebro, incluindo disfunção dopaminérgica e alterações em circuitos cerebrais específicos, como as regiões frontal, temporal e mesoestriatal. A disfunção da neurotransmissão dopaminérgica é particularmente implicada na gênese dos sintomas psicóticos.
O tratamento da esquizofrenia geralmente envolve o uso de antipsicóticos, que são eficazes no alívio dos sintomas positivos, mas têm eficácia limitada nos sintomas negativos e cognitivos. Os antipsicóticos de segunda geração são frequentemente preferidos devido ao menor risco de efeitos extrapiramidais.Intervenções psicossociais e terapias psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental, também são componentes importantes do tratamento.
Atualmente, a esquizofrenia é considerada um espectro de distúrbios, em vez de uma única entidade, devido à sua apresentação clínica variada e à ausência de uma etiologia ou patologia única. Futuramente, a melhor compreensão da neurobiologia e da genética da esquizofrenia, já em estudo, poderá levar a novos alvos terapêuticos e melhorar o manejo dos sintomas que não são bem atendidos pelos tratamentos atuais.