O transtorno por uso de substâncias (SUD, do inglês “Substance Use Disorder”) é uma condição médica crônica e recorrente caracterizada pelo uso compulsivo de substâncias, perda de controle sobre o consumo e um estado emocional negativo na ausência da substância. Este transtorno afeta a saúde, o bem-estar e o funcionamento social dos indivíduos, e está associado a alterações duradouras nas redes cerebrais envolvidas na recompensa, função executiva, reatividade ao estresse, humor e autoconsciência.
Para o diagnóstico, é necessário observar critérios como o uso em quantidades maiores ou por períodos mais longos do que o pretendido, tentativas mal sucedidas de reduzir ou controlar o uso, e o tempo excessivo gasto em atividades relacionadas ao uso da substância. Além disso, o uso contínuo apesar de problemas sociais, ocupacionais ou de saúde física e mental relacionados ao uso é um indicador importante.
Os fatores biológicos, como genética e estágios de desenvolvimento, e sociais, como experiências adversas na infância, contribuem para a vulnerabilidade ao desenvolvimento de SUD. O transtorno é prevalente e pode envolver o uso de múltiplas substâncias, o que aumenta ainda mais o risco de dependência de novas outras substâncias.
Além disso, o transtorno por uso de substâncias é uma preocupação de saúde pública significativa, exacerbada por fatores como o estresse social e econômico decorrente da pandemia de COVID-19.
O tratamento do SUD é multifacetado e deve ser adaptado à gravidade do transtorno. Algumas intervenções farmacológicas podem ser bastante eficazes para transtornos específicos, como o uso de opioides, nicotina e álcool, enquanto terapias comportamentais são aplicáveis a todos os tipos de SUD. A terapia cognitivo-comportamental, a terapia de casais e a facilitação de grupos de ajuda mútua, como os programas de 12 passos, podem ser grandes aliados ao tratamento. Além disso, abordagens de neuromodulação, como a estimulação magnética transcraniana, estão sendo exploradas como tratamentos promissores
A identificação precoce e o tratamento adequado são cruciais para prevenir complicações a longo prazo. A abordagem de cuidados crônicos, que ajusta a intensidade da intervenção à gravidade do transtorno e trata condições comórbidas, é sempre recomendada para melhorar os resultados
Além disso, é necessário abordar com todos o estigma associado ao SUD e desenvolver políticas que promovam o apoio e o acesso ao tratamento, em vez de criminalizar os indivíduos afetados.
