A insônia é caracterizada por dificuldade em iniciar ou manter o sono, ou por despertar precoce, resultando em algum tipo de comprometimento diurno. É o distúrbio do sono mais comum em adultos, com uma prevalência mundial de 10-30%. A insônia pode ser aguda, intermitente ou crônica e frequentemente ocorre comórbida a condições de saúde mental e física.
A insônia pode ocorrer de forma independente ou em conjunto com outras condições médicas ou transtornos mentais, e é um fator de risco para o desenvolvimento e agravamento dessas condições se não tratada.
O tratamento da insônia deve começar com abordagens não farmacológicas, sendo a terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) recomendada como primeira linha de tratamento. A TCC-I inclui técnicas como restrição do sono, controle de estímulos, educação sobre higiene do sono e terapia de relaxamento. Esta abordagem tem mostrado efeitos duradouros após a descontinuação do tratamento, ao contrário das intervenções farmacológicas, que podem ter efeitos agudos semelhantes, mas não duráveis.
Em muitos casos, o uso de medicamentos pode ser fundamental. O uso de benzodiazepínicos e “Z-drugs” (como zolpidem, eszopiclona) muitas vezes deve ser evitado devido aos riscos associados ao uso prolongado.
A insônia deve ser tratada de forma independente, mesmo quando comórbida a outras condições, para otimizar os resultados terapêuticos.
A escolha do tratamento farmacológico deve considerar o tipo de insônia, idade do paciente, comorbidades e potenciais efeitos colaterais
Existem várias outras condições relacionadas ao sono, como os distúrbios do ritmo circadiano, a apneia do sono, a hipersonia/narcolepsia, as parassonias e a síndrome das pernas inquietas.
A hipersonia refere-se a um excesso de sono ou sonolência diurna excessiva, que pode ser um sintoma de condições como a narcolepsia. A hipersonia é frequentemente observada em transtornos psiquiátricos e pode estar associada a déficits cognitivos, como velocidade de processamento e inibição. Assim como a insônia, a hipersonia pode ser um fenômeno transdiagnóstico, ou seja, afetar múltiplos grupos diagnósticos (muitas doenças). Essas condições requerem uma avaliação cuidadosa para determinar a presença de comorbidades e para guiar o tratamento adequado, que pode incluir intervenções comportamentais e farmacológicas.
